Opinião, *Destaque Eleições nos EUA: Impactos no Brasil e em Goiás sob a lente da Política Internacional

Por: Marcos Marinho

À medida que as eleições presidenciais nos Estados Unidos se aproximam, a atenção se volta não apenas para o que está em jogo internamente, mas também para como os resultados podem repercutir internacionalmente, especialmente no Brasil. Em dois cenários possíveis—uma vitória de Donald Trump ou de Kamala Harris—os desdobramentos têm o potencial de moldar a relação entre os dois países e, em particular, afetar o estado de Goiás, que desempenha um papel crucial na economia agrícola brasileira.

 A relação entre Brasil e EUA nos últimos anos

Durante a presidência de Donald Trump (2017-2021), as relações entre Brasil e EUA experimentaram uma reaproximação significativa, especialmente com o governo de Jair Bolsonaro, que buscou alinhar-se à política externa do presidente americano. Essa parceria focou em temas como segurança, comércio e combate ao narcotráfico. Contudo, a política protecionista de Trump, caracterizada pelo lema “América Primeiro”, trouxe desafios para as exportações brasileiras. Por exemplo, em 2019, o Brasil se tornou o maior fornecedor de soja aos EUA, mas as tarifas sobre o aço e alumínio criaram um clima de incerteza para setores estratégicos.

Com a chegada de Joe Biden ao poder em 2021, a relação passou a ser marcada por um enfoque em questões climáticas e direitos humanos. A reentrada dos EUA no Acordo de Paris e a pressão sobre o Brasil para proteger a Amazônia tornaram-se temas centrais. Sob a gestão Biden, o Brasil viu um aumento na crítica internacional, mas também a oportunidade de reforçar sua agenda ambiental.

Cenários Futuros:

Vitória de Donald Trump

Caso Trump retorne à presidência, a expectativa é que a relação se concentre novamente em interesses comerciais e estratégicos. “A possibilidade de um novo alinhamento com o Brasil é real, especialmente em segurança e combate ao narcotráfico”, comenta a analista de relações internacionais Maria Silva. No entanto, os produtores goianos, que dependem fortemente das exportações agrícolas, podem enfrentar barreiras comerciais se as políticas protecionistas forem reativadas.

Dados do Ministério da Agricultura mostram que Goiás é o segundo maior produtor de grãos do Brasil, e sua economia é amplamente dependente das exportações. A continuidade das tarifas impostas por Trump poderia impactar os preços e a competitividade dos produtos goianos no mercado internacional.

Vitória de Kamala Harris

Por outro lado, uma vitória de Kamala Harris poderia significar uma nova era de cooperação entre Brasil e EUA, com foco em mudanças climáticas e justiça social. Harris, que já se posicionou a favor de políticas ambientais rigorosas, poderia incentivar investimentos em energias renováveis e tecnologia sustentável no Brasil, beneficiando Goiás, onde a agropecuária e a preservação ambiental são interdependentes.

A análise de dados da Embrapa indica que Goiás tem um potencial significativo para projetos de agropecuária sustentável. Se as relações com os EUA se tornarem mais favoráveis, isso poderia atrair novos investimentos para a região, diversificando a economia local e promovendo o desenvolvimento sustentável.

Repercussões pós-eleitorais

O resultado das eleições nos EUA terá repercussões diretas sobre as políticas do governo Lula e, consequentemente, sobre o estado de Goiás. A capacidade de adaptação às novas realidades políticas será essencial para maximizar os benefícios e mitigar os impactos negativos. À medida que o Brasil busca equilibrar suas prioridades internas e externas, a relação com os EUA continuará sendo um fator crucial no cenário político e econômico. Com os olhos voltados para Washington, a pergunta que se coloca é: como Goiás se preparará para os desafios e oportunidades que virão?

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