Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, não descartou uma possível candidatura nas eleições de 2026, conforme relatado na coluna Giro de Caio Henrique Salgado no jornal O Popular. Meirelles indicou que, embora ainda não tenha decidido, mantém a possibilidade em aberto. Ele possui uma trajetória destacada em cargos importantes na economia nacional, o que faz com que seu nome ainda tenha relevância e expectativa no cenário político brasileiro.
Aos 78 anos, o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda mantém-se relevante no cenário político e lançou em setembro seu livro de memórias, Calma sob Pressão, no qual compartilha bastidores de sua trajetória e momentos decisivos para a economia brasileira. No cenário político, Meirelles aparece como uma figura de centro, capaz de dialogar com líderes de diferentes espectros ideológicos. Essa capacidade de transitar entre partidos e propostas faz dele uma potencial alternativa aos eleitores diante da crescente polarização política no Brasil.
Com uma trajetória iniciada no BankBoston, onde trabalhou por 28 anos, Meirelles trouxe sua experiência para o setor público em 2003, assumindo a presidência do Banco Central, quando aceitou o convite do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Banco Central. Durante seu mandato, ele implementou políticas monetárias rígidas para combater a inflação, incluindo o aumento inicial dos juros para até 26,5% – medida que gerou apreensão no governo, mas trouxe estabilidade econômica ao país. Anos mais tarde, em 2016, Meirelles retornou à administração pública como ministro da Fazenda no governo Michel Temer, em um período de crise econômica severa. Em seu comando, o governo adotou medidas de austeridade e conduziu reformas, como a Reforma da Previdência, para enfrentar o déficit público e restaurar a confiança dos mercados.
O livro de memórias de Meirelles, lançado pela editora Planeta, traz relatos inéditos de episódios como o diálogo que teve com Lula sobre a política de juros e seu relacionamento com figuras políticas de diferentes ideologias. Prefaciada pelo próprio Lula e pelo ex-presidente Michel Temer, a obra reafirma a postura de Meirelles como um nome de centro, capaz de estabelecer diálogos e pontes entre partidos e correntes ideológicas, algo raro no cenário político polarizado do país.
Após sua saída do governo Temer, Meirelles lançou-se como candidato à presidência em 2018 pelo MDB, mas teve uma performance modesta, obtendo 1,2% dos votos válidos. Apesar disso, o ex-ministro permanece influente, trazendo análises e sugestões para a economia e sinalizando que poderia considerar uma nova candidatura em 2026. Diante do atual cenário político, seu nome ganha relevância por sua experiência e pelo perfil técnico e moderado, que oferece uma opção para os que preferem uma alternativa à polarização.