A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) alterou suas regras internas, eliminando a exigência de diploma de curso superior para ocupantes de cargos de chefia. A decisão foi tomada após a polêmica envolvendo Fred Rodrigues (PL), ex-deputado e ex-diretor da Casa, que havia declarado falsamente ser formado em Direito para assumir o cargo de Diretor de Promoção de Mídias Sociais, recebendo um salário de R$ 21,3 mil. A Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) confirmou que Fred não concluiu a graduação, ao contrário do que ele havia afirmado. A fraude veio à tona durante o período eleitoral, quando Fred concorria no segundo turno contra Sandro Mabel, que acabou sendo eleito prefeito.
Em meio à controvérsia, a Alego abriu uma investigação para apurar o caso e possíveis nomeações irregulares. Após a revelação, o deputado Lineu Olímpio (MDB) propôs uma emenda que retirou a exigência de diploma para alguns cargos. Além de Fred, outras pessoas, como Tião Caroço e Daura Bravo, também foram beneficiadas pela mudança. A nova regra permite que a Secretaria de Obras e Engenharia contrate profissionais com formação em engenharia, arquitetura ou design de interiores.
A exigência de diploma para cargos de chefia havia sido implementada no início deste ano, sob a presidência de Bruno Peixoto (UB), que também ampliou o número de diretorias para 30 e secretarias para 45.
A nova resolução já foi publicada no Diário Oficial da Alego, e o presidente Bruno Peixoto anunciou que a Diretoria de Gestão de Pessoas realizará um estudo para determinar quais cargos realmente necessitam de qualificação técnica. A investigação interna continua para verificar se houve irregularidades nas nomeações. Caso se comprove que a administração foi induzida ao erro, os envolvidos poderão ser obrigados a devolver salários, e o caso poderá ser encaminhado ao Ministério Público Estadual.