O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) recorreu à Justiça para aumentar as penas de Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, condenados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O crime, ocorrido em 14 de março de 2018, gerou repercussão nacional e internacional.
Em outubro, Ronnie foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, enquanto Élcio recebeu pena de 59 anos, 8 meses e 10 dias. Ambos também foram condenados a pagar R$ 706 mil de indenização às famílias das vítimas.
A Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), responsável pelo caso, apresentou um recurso ao 4º Tribunal do Júri solicitando a aplicação de penas máximas pelos dois homicídios e pela tentativa contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao ataque. O pedido totaliza 80 anos de prisão pelos homicídios e tentativa, além de mais dois anos pela receptação do veículo utilizado no crime.
O recurso destaca a gravidade dos crimes e aponta que elementos importantes, como o uso de arma automática com silenciador, a emboscada planejada e a destruição de provas, não foram devidamente considerados na sentença. Segundo o MP, a repercussão global do caso, que afetou negativamente a imagem do Brasil, reforça a necessidade de penas mais severas.
O objetivo do recurso é endurecer as punições e enfatizar a gravidade do ataque, que marcou profundamente a luta por direitos humanos e a memória de Marielle Franco. A decisão sobre a apelação está agora nas mãos do Tribunal.
