O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, coronel do Exército Marcelo Câmara, prestaram depoimento nesta quinta-feira (12) à Polícia Federal (PF), em Brasília. Eles são investigados por envolvimento no planejamento de um golpe de Estado que culminou com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro deste ano.
As investigações apontam para a participação do juiz federal Sandro Nunes Vieira na elaboração de um relatório encomendado pelo PL ao Instituto Voto Legal. O documento alegava supostas vulnerabilidades nas urnas eletrônicas, nunca comprovadas, e foi utilizado como base para contestar o resultado das eleições de 2022, que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a PF, dados obtidos a partir de nova análise do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, indicam que o magistrado pode ter atuado de forma ilegal ao assessorar o PL na tentativa de anular o pleito.
Disseminação de teses de fraude
A PF também investiga o papel do Instituto Voto Legal, Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro na disseminação de informações infundadas sobre fraudes nas urnas eletrônicas, amplamente compartilhadas nas redes sociais.
Enquanto o advogado do coronel Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, afirmou que seu cliente está colaborando com as investigações, Marcelo Bessa, representante de Valdemar Costa Neto, optou por não comentar a estratégia de defesa.
As investigações seguem sob sigilo.