O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar por mais 180 dias o inquérito das fake news, iniciado em 2019 para investigar a disseminação de desinformação, ameaças e acusações caluniosas contra ministros do tribunal.
A decisão, tomada nesta segunda-feira (16), foi justificada pela necessidade de concluir as investigações e identificar todos os envolvidos no chamado “gabinete do ódio”, grupo associado ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e apontado como responsável por ataques coordenados nas redes sociais contra críticos do ex-mandatário.
Investigação em andamento
De acordo com a nota divulgada pelo STF, a prorrogação do prazo visa finalizar a apuração sobre a estrutura e o funcionamento do grupo, incluindo o financiamento, os métodos utilizados e os participantes. A decisão também determina:
- A oitiva de 20 novas pessoas;
- A complementação da análise das quebras de sigilo fiscal e bancário já obtidas;
- O encerramento de diligências conduzidas pela Polícia Federal.
“Com a finalidade de finalizar as investigações sobre a comprovação da existência, o financiamento e modus operandi do ‘gabinete do ódio’, bem como de todos os seus participantes, o Inquérito 4781 foi prorrogado pelo ministro Alexandre de Moraes por 180 dias”, destacou a nota oficial.
Histórico do inquérito
O inquérito das fake news, conduzido pela Suprema Corte, tem sido alvo de críticas por setores que questionam sua abrangência e autonomia, mas é considerado essencial por defensores para proteger o Estado Democrático de Direito contra ataques à Justiça e à democracia.
A investigação já resultou em ações contra parlamentares, empresários e influenciadores digitais, suspeitos de integrarem ou financiarem esquemas de desinformação e de ameaças à Corte.
Com a nova prorrogação, a expectativa é de que o inquérito avance nas etapas finais, consolidando as informações e evidências para possíveis ações judiciais.
Fonte: Agência Brasil