Na posse da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o governador Ronaldo Caiado (UB) usou a Tribuna não apenas para destacar a parceria com o Legislativo, mas também para enviar mensagens estratégicas a aliados e adversários políticos. Com um discurso focado em sua gestão fiscal e na continuidade das políticas públicas, Caiado traçou um cenário para sua sucessão e já pavimentou o terreno para a disputa eleitoral de 2026.

Ao mencionar Daniel Vilela (MDB), seu vice e futuro sucessor, Caiado fez questão de ressaltar que entregará um estado financeiramente equilibrado, sem dívidas e pronto para avançar. A fala foi interpretada como uma cobrança velada para que Vilela mantenha a linha de austeridade e não ceda a políticas populistas.

Além disso, o governador aproveitou para alfinetar gestões anteriores, criticando o caos financeiro que encontrou ao assumir o estado e reforçando os avanços em áreas como Segurança Pública, Saúde e Educação. “Onde estava este dinheiro?”, questionou ao citar os investimentos bilionários feitos em sua administração.

Caiado também mirou o Governo Federal, cobrando investimentos e relembrando a falta de apoio para a construção do Hospital de Cora, que será referência no tratamento do câncer infantil. A crítica sinaliza um distanciamento do Planalto e evidencia a disputa por espaço político entre União Brasil e MDB em Goiás.

Com a eleição municipal se aproximando e a sucessão estadual no horizonte, o discurso de Caiado não passou despercebido. Mais do que uma prestação de contas, foi um movimento calculado para manter sua influência e definir os rumos da política goiana nos próximos anos.