Nesta terça-feira (4), está previsto o leilão do Complexo Serra Dourada, localizado em Goiânia, que inclui o Estádio Serra Dourada, o Ginásio Valério Luiz de Oliveira (Goiânia Arena), o Parque Poliesportivo e áreas de estacionamento. O evento será realizado na sede da bolsa de valores B3 S.A., em São Paulo, com a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do vice-governador, Daniel Vilela. O contrato de concessão, com duração de 35 anos, tem, de acordo com o governo do estado, como objetivo a revitalização e gestão do complexo, exigindo um investimento mínimo de R$ 215 milhões da empresa vencedora.
O Estádio Serra Dourada, que completará 50 anos em 2025, foi inaugurado em março de 1975 durante o governo de Leonino Caiado, primo do atual governador. A proposta do governo estadual é transformar o local em um espaço multiuso, capaz de sediar não apenas eventos esportivos, mas também feiras, atividades de lazer e um centro gastronômico, ampliando sua utilização e serviços à população.
O leilão estava inicialmente marcado para 4 de dezembro de 2024, mas foi adiado para permitir a participação de mais investidores. No entanto, segundo informações da TV Anhanguera, apenas uma empresa, responsável pela gestão do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, e do Parque Ibirapuera, em São Paulo, apresentou proposta formal. A documentação necessária para o leilão foi entregue em 28 de janeiro, e o valor do lance será revelado durante o evento.
O processo licitatório é conduzido pelo Grupo de Trabalho Serra Dourada, que inclui representantes da Vice-Governadoria, da Secretaria de Esporte e Lazer (Seel), da Secretaria-Geral de Governo, da Secretaria de Administração (Sead) e da Companhia de Investimentos e Parcerias do Estado de Goiás (Goiás Parcerias). A expectativa é que a empresa vencedora assuma a gestão do complexo no segundo semestre de 2025.
O leilão do Complexo Serra Dourada gera expectativas sobre o futuro de um dos principais equipamentos esportivos e de lazer do estado, com discussões sobre os impactos da concessão para a população e a preservação do patrimônio público.
Polêmica política envolve o leilão
O leilão do Complexo Serra Dourada também se tornou alvo de disputas políticas entre o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o atual vice-governador, Daniel Vilela (MDB). Perillo, que já governou Goiás, criticou a concessão à iniciativa privada, acusando a gestão de Caiado de abandonar o estádio para justificar a privatização. Ele afirmou que o projeto beneficiaria “interesses escusos” de aliados do governador e do vice-governador.
Em resposta, Daniel Vilela rebateu as críticas de Perillo, chamando-o de “cara de pau” e acusando-o de viver um “exílio político” em São Paulo desde 2018. Vilela também ironizou o ex-governador, dizendo que ele tenta se reinventar como “influenciador digital” após deixar o cargo. O vice-governador ainda afirmou que a atual gestão trabalha para corrigir erros cometidos durante os governos de Perillo.
A polêmica em torno do leilão do Complexo Serra Dourada reflete as tensões políticas que antecedem as eleições de 2026 em Goiás, com Marconi e Vilela já se posicionando como possíveis candidatos ao governo do estado. Enquanto isso, a população aguarda para ver como a concessão impactará um dos principais patrimônios esportivos e culturais de Goiás.