*Destaque, Política Argentina anuncia saída da OMS, seguindo os passos de Trump

A Argentina decidiu se retirar da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou o porta-voz presidencial Manuel Adorni nesta quarta-feira (5). A medida ocorre poucos dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter assinado uma ordem executiva determinando a saída do país da organização internacional de saúde, vinculada à ONU. A retirada da Argentina será formalizada por meio de um decreto assinado pelo presidente Javier Milei, segundo informações do jornal argentino La Nación.

A decisão do governo argentino marca a primeira ação de Milei no sentido de retirar o país de organismos internacionais. De acordo com o La Nación, o governo justifica a medida com base nos custos anuais de participação na OMS, estimados em cerca de US$ 10 milhões (aproximadamente R$ 58 milhões). Além disso, o governo argentino mencionou os gastos com salários, diárias e assessores do representante do país na entidade.

A aproximação entre a Argentina e os Estados Unidos tem sido uma marca do governo Milei, que assumiu a presidência em dezembro de 2023. Alinhados ideologicamente, Milei e Trump compartilham uma visão conservadora, e o líder argentino tem seguido os passos do ex-presidente americano em políticas internacionais.

Contexto internacional

A OMS, fundada em 7 de abril de 1948, é uma agência especializada da ONU com sede em Genebra, na Suíça. A organização coordena esforços globais para controlar surtos de doenças e patrocina programas de prevenção e tratamento de enfermidades em todo o mundo. Seu financiamento é proveniente de contribuições de diversos países, sendo os Estados Unidos o principal doador antes da retirada anunciada por Trump.

No primeiro dia de seu segundo mandato, Trump ordenou a suspensão de transferências de fundos e recursos dos EUA para a OMS, acusando a organização de ter sido “pressionada” pela China para fornecer informações equivocadas durante os estágios iniciais da pandemia de Covid-19. A OMS lamentou a decisão americana e expressou esperança de que o país reconsiderasse a medida.

Impactos e reações

A saída da Argentina da OMS ocorre em um momento de crescente tensão entre países e organismos internacionais, com críticas à gestão da pandemia e aos custos de participação em entidades multilaterais. A medida pode impactar a capacidade da OMS de coordenar respostas globais a crises de saúde, especialmente em um contexto de redução de financiamento por parte de grandes contribuintes.

Enquanto o governo argentino justifica a decisão com base em questões financeiras, especialistas alertam para os possíveis efeitos negativos da retirada do país de um organismo central na coordenação de políticas de saúde global. A OMS ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão da Argentina, mas a expectativa é que a organização continue buscando diálogo com os países membros para manter sua eficácia e relevância.

A medida de Milei reforça a tendência de governos conservadores questionarem a participação em organismos internacionais, seguindo uma linha de política externa mais nacionalista e crítica ao multilateralismo.

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