A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (13) a Operação EmendaFest, que apura possíveis fraudes no repasse de emenda parlamentar destinada a um hospital no Rio Grande do Sul. A ação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), diante de indícios de desvios de recursos públicos.
A investigação envolve repasses ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul (RS), com desvios estimados em mais de R$ 500 mil, segundo a PF. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens e do afastamento de dois investigados de suas funções públicas.
Entre os investigados está Lino Rogério, chefe de gabinete do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS). Segundo a decisão do ministro Dino, a medida foi necessária para evitar o uso do cargo público na suposta prática de infrações penais. O deputado Afonso Motta, por sua vez, não foi alvo das diligências.
Contrato e investigação
A PF identificou um contrato firmado entre o hospital e uma empresa ligada ao lobista Cliver Fiegenbaum para “captação de emendas parlamentares”. O documento previa o pagamento de 6% das emendas captadas pelo serviço, mas, de acordo com a investigação, a estrutura teria sido utilizada para dissimular os desvios.
Conversas de WhatsApp entre Rogério e Fiegenbaum foram anexadas ao processo, sugerindo acertos sobre os repasses. A PF também apontou o envolvimento de funcionários do hospital no esquema, os quais teriam facilitado as operações financeiras.
Posicionamento
Em nota à imprensa, o gabinete de Afonso Motta negou qualquer participação do parlamentar no caso. Segundo o comunicado, Motta “sustenta que nem ele nem o gabinete foram alvos da operação da PF” e que busca acesso aos autos para compreender a investigação em curso.