Aliados do ex-presidente se articulam e debatem estratégia
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro, que o acusa de tentativa de golpe de Estado, tem gerado repercussões intensas no Congresso Nacional, principalmente entre seus aliados, que estão articulando para pautar um projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Na data, apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos três poderes em Brasília, em um protesto pela realização de um golpe militar.
Nesta quarta-feira (19), o ex-presidente Bolsonaro se reuniu com seus aliados, liderados pelo deputado Coronel Zucco (PL-RS), para discutir os próximos passos. A estratégia do grupo visa pressionar para a votação do projeto de anistia, que ainda enfrenta resistência entre parlamentares da base governista.
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, afirmou que o grupo está contando os votos necessários para pautar a proposta e pedirá urgência na tramitação do texto, em uma reunião do colégio de líderes marcada para esta quinta-feira (20). Cavalcante criticou a denúncia da PGR, classificando-a como uma “decisão absurda” e mais um capítulo da perseguição contra Bolsonaro.
Porém, a oposição ao projeto é forte. Deputados governistas, como Carlos Zarattini (PT-SP), afirmam que a proposta de anistia “morrerá” no Congresso, com o agravamento da situação do ex-presidente, após a denúncia. Zarattini destacou que as evidências contra Bolsonaro são claras, apontando-o como líder da tentativa de golpe.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) também defendeu que, com as provas evidentes, o grupo de Bolsonaro ficará isolado no Parlamento. Para ele, o projeto de anistia não será aprovado e a prisão do ex-presidente será uma realidade.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (MDB), que havia defendido que não houve tentativa de golpe e minimizado o papel de Bolsonaro nos eventos de 8 de janeiro, agora se vê pressionado pela denúncia que desafia suas declarações. A acusação de que Bolsonaro foi o líder do movimento contraria a versão do presidente da Casa.
Enquanto isso, os aliados de Bolsonaro continuam buscando apoio para a pauta, enquanto o governo segue firme em sua defesa da democracia e na luta contra a impunidade. O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, comentou que a denúncia mostra que as instituições brasileiras estão funcionando e que é necessário aguardar os desdobramentos judiciais.
A situação está em compasso de espera, com o futuro do projeto de anistia ainda incerto no Congresso, e a pressão sobre Bolsonaro e seus aliados aumentando a cada novo capítulo dessa crise política.
Com informações da Agência Brasil