O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (20) a disponibilização pública de vídeos e áudios dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O material, captado durante ao menos cinco dias de interrogatórios no ano passado, integra o acordo de colaboração premiada firmado por Cid com a Justiça e traz detalhes sobre uma suposta trama golpista articulada durante o governo Bolsonaro.
A transcrição dos depoimentos já havia sido liberada na quarta-feira (19) pelo ministro, que é relator do inquérito que investiga o caso. A delação de Cid serviu como uma das principais bases para a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, na terça-feira (18), que acusou Bolsonaro, Cid e outras 32 pessoas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Na denúncia, Bolsonaro foi apontado como líder de uma organização criminosa armada, composta em grande parte por militares da ativa e da reserva, que teria como objetivo romper a ordem constitucional e usar a violência para mantê-lo no poder.
Conteúdo dos depoimentos
Os vídeos e áudios liberados por Moraes detalham as declarações de Cid sobre os planos articulados na cúpula do governo Bolsonaro, incluindo supostas ações para deslegitimar as eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O material deve ampliar o debate público sobre o caso, que já é considerado um dos mais graves da história recente do país.
A decisão de Moraes ocorre em um momento de intensa movimentação no STF, que deve julgar o caso ainda em 2025. A liberação do material reforça a transparência do processo e permite que a sociedade tenha acesso direto às informações que embasam as acusações contra Bolsonaro e seus aliados.
Próximos passos
Com a divulgação dos vídeos e áudios, espera-se que o caso ganhe ainda mais repercussão, enquanto o STF analisa os pedidos de anistia e as defesas apresentadas pelos acusados. O julgamento deve definir os rumos não apenas para os envolvidos, mas também para o fortalecimento das instituições democráticas no país.
Com informações da Agência Brasil.
