O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira (24) que o Banco Central exclua os preços de alimentos e energia do cálculo da taxa Selic, seguindo modelo adotado pelo Federal Reserve (Fed) dos EUA. A proposta foi apresentada após o Copom elevar a taxa básica de juros para 14,25% ao ano na semana passada.
Durante evento do jornal Valor Econômico, Alckmin argumentou que esses itens são impactados por fatores externos como clima e guerras, não respondendo a ajustes monetários. “Aumentar juros não faz chover”, disse, destacando que cada ponto percentual de alta na Selic aumenta a dívida pública em R$ 48 bilhões.
A inflação oficial fechou fevereiro em 1,31%, com alimentos e energia como principais pressões. O IPCA acumula 5,06% em 12 meses, acima do teto da meta (4,5%).
O BC manteve tom restritivo, indicando que o próximo ajuste em maio será menor, mas sem sinalizar mudança de rumo. A proposta de Alckmin amplia o debate sobre a revisão do regime de metas, em discussão no Conselho Monetário Nacional.