O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (24) que imporá uma tarifa de 25% sobre produtos de qualquer país que adquirir petróleo ou gás da Venezuela. A medida, divulgada em suas redes sociais, entrará em vigor no próximo dia 2 de abril.
Em sua publicação, Trump justificou a decisão alegando que a Venezuela estaria enviando criminosos para os Estados Unidos, incluindo membros da organização Tren de Aragua, considerada grupo terrorista pelo governo americano. Ele também afirmou que o país sul-americano tem sido hostil aos valores defendidos pelos EUA.
A medida ocorre em um contexto de tensões entre os dois países. Recentemente, os Estados Unidos deportaram 238 venezuelanos para El Salvador, acusados de pertencerem a grupos criminosos. As deportações foram contestadas por familiares e advogados, que afirmam tratar-se de acusações infundadas.
A Venezuela já enfrenta sanções econômicas dos EUA desde 2017. No final de fevereiro, Trump havia cancelado a autorização para a petroleira Chevron operar no país, mas nesta segunda-feira o Departamento do Tesouro americano prorrogou uma licença especial da empresa até 27 de maio.
Especialistas questionam a eficácia da nova medida. Francisco Rodríguez, professor da Universidade de Denver, argumenta que a tarifa seria de difícil aplicação prática e poderia até beneficiar as exportações venezuelanas para os próprios Estados Unidos, caso a Chevron mantenha suas operações no país.
Até o momento, o governo venezuelano não se manifestou sobre o anúncio. A medida deve impactar especialmente países que mantêm relações comerciais com a Venezuela, como China, Índia e algumas nações europeias.