Neste domingo (30), milhares de manifestantes tomaram as ruas de várias cidades brasileiras em protesto contra a possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A maior concentração ocorreu em São Paulo, onde sindicatos, movimentos sociais e coletivos marcharam pela Avenida Paulista em direção ao antigo prédio do DOI-Codi, local símbolo da repressão durante a ditadura militar (1964-1985).
Organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lideraram os protestos, que também aconteceram no Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza e outras capitais.
Memória e resistência
Em São Paulo, os manifestantes carregavam cartazes com frases como “Anistia nunca mais!” e “Democracia se defende”. A passeata terminou em frente ao antigo DOI-Codi, local onde opositores do regime militar foram presos e torturados. Para Lenir Correia, uma das participantes, perdoar os responsáveis pelo ataque às instituições em 2023 seria um incentivo a novos golpes. “Ele [Bolsonaro] agiu contra o Brasil. Quebraram o Congresso, picharam, destruíram. Temos que defender o que é público”, afirmou.
No Rio de Janeiro, ativistas distribuíram panfletos em locais como o Museu da República e a Praia de Copacabana, convocando a população para um grande ato unificado na terça-feira (1º), data que marca o aniversário do golpe de 1964. “Ditadura nunca mais. Não queremos tortura, não queremos golpe”, declarou Regina Toscano, do Núcleo Resistência do PT.
Defesa da democracia
Sérgio Santana, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, destacou que a luta contra a anistia é uma pauta suprapartidária. “Isso envolve todos que defendem o Estado Democrático de Direito”, disse.
Em Brasília, manifestantes se reuniram no Eixão Norte, enquanto outras cidades, como Recife e Curitiba, também registraram protestos. A mensagem foi clara: sem anistia para golpistas, sem esquecimento do passado e sem repetição da história.
Com informações e fotos de Paulo Pinto/Agência Brasil
