Líderes da oposição se reuniram nesta terça-feira (1º/04) com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pressionar pela pauta do PL da Anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O encontro ocorreu na residência oficial de Motta e contou com a presença do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), e do primeiro vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (PL-RJ).
A Disputa pela Pauta
Os parlamentares buscam convencer Motta a:
- Acelerar a tramitação do projeto;
- Incluir o requerimento de urgência para votação direta no plenário;
- Negociar apoio do Centrão para viabilizar a proposta.
Enquanto a base governista tenta engavetar o texto, a oposição mantém obstrução dos trabalhos na Câmara — com estratégias como ausência de quórum e prolongamento de debates. “Enquanto ele [Motta] não decidir, continuaremos obstruindo”, afirmou Cavalcante.
O Jogo Político
Motta, eleito com apoio tanto do governo Lula quanto da oposição, tornou-se peça-chave no impasse:
- Aliados de Bolsonaro argumentam que a anistia evitaria “crise institucional”;
- Base governista rejeita a proposta, classificando-a como “premiação a golpistas”.
O tema ganhou força após o ex-presidente Jair Bolsonaro participar de reunião com líderes oposicionistas na casa do deputado Zucco (PL-RS). A estratégia inclui ainda:
- Levar familiares de presos ao Congresso até o fim da semana;
- Sustentar a obstrução até a pautação do requerimento.
Próximos Passos
Motta não definiu prazo para decisão, mas a pressão deve se intensificar:
- Se aprovada a urgência, o projeto pulará comissões e irá direto ao plenário;
- A obstrução pode paralisar votações de interesse do governo.
Contexto: O PL propõe anistia a condenados por danos patrimoniais em 8/1/2023, mas exclui crimes como lesão corporal e ameaça. O STF já sinalizou que poderia barrar a medida.