Governadores de diversos estados compareceram ao evento dos condenados de 8 de janeiro
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), participou no último domingo (6) de um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. O evento, que reuniu aproximadamente 45 mil pessoas, teve como objetivo defender a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 no Palácio do Planalto, em Brasília. Governadores de diversos estados também estiveram presentes no local.
Antes da manifestação, Caiado publicou em suas redes sociais uma foto ao lado de Bolsonaro, de sua esposa Gracinha Caiado e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. “Em breve, estaremos na Avenida Paulista. Anistia já!”, escreveu o governador na publicação.
Na última sexta-feira (4), o governador de Goiás lançou sua pré-candidatura à presidência, em Salvador, Bahia. Visto como o melhor do país, com 86% de aprovação, ele tenta se firmar como uma figura de peso na direita nacional.
Além de aparecer ao lado de Bolsonaro, Caiado publicou uma foto conjunta com os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD) e Romeu Zema (Novo). A legenda diz “Unidos pela anistia”. A publicação é de Zema, mas foi compartilhada com os outros três governadores.
Estratégia política
Ronaldo Caiado, que até então vinha se afastando do bolsonarismo, marca uma estratégia de se firmar aos aliados da extrema direita. Ele se reaproxima, então, de Bolsonaro e de seus apoiadores como uma tentativa de conciliação, especialmente visando a sua pré-candidatura à Presidência da República.
A relação de ambos foi marcada por tensões e críticas nos últimos meses, principalmente durante a pandemia de Covid-19.
Em setembro de 2024, durante um ato em Goiânia, Bolsonaro criticou governadores que adotaram medidas restritivas na pandemia, referindo-se a Caiado como “governador covarde” por ter implementado políticas de isolamento social.
Além disso, durante as eleições municipais de 2024 em Goiânia, Bolsonaro e Caiado apoiaram candidatos diferentes, o que intensificou o atrito entre eles. Bolsonaro apoiou Fred Rodrigues, enquanto Caiado, Sandro Mabel.
Para o professor e estrategista político, Marcos Marinho, “seu apoio à anistia pode ser lido como um gesto de autoproteção, caso precise de um precedente favorável no futuro”. Entretanto, está num momento perigoso, pois não consegue ter a própria autonomia no cenário político. Ao mesmo tempo em que se critica, se torna aliado.
Por Ana Júlia Sena, estagiária de jornalismo
