Viagem técnica inclui hospedagem em hotel 4 estrelas e jantar em castelo medieval; contrato foi firmado sem licitação
Três vereadores de Goiânia, incluindo o presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), junto dos vereadores Luan Alves (MDB) e Léo José (SD), ambos da base do prefeito, embarcarão em maio para uma viagem de sete dias à Suíça, com custo de R$ 97 mil aos cofres públicos. O valor, dividido em três pacotes de R$ 32.357,00 cada, cobre hospedagem em hotel 4 estrelas, transporte executivo, refeições em restaurantes renomados e até um jantar em um castelo medieval.
Viagem “técnica” sem metas claras
A justificativa oficial é a participação em um evento sobre resíduos sólidos, organizado pela empresa carioca Lavoro Solutions, que promove viagens semelhantes para autoridades públicas. No entanto, os documentos não detalham:
– Qual o retorno concreto para Goiânia após o evento;
– Se haverá relatório técnico com propostas aplicáveis à cidade;
– Porque não houve licitação, já que a contratação foi feita por “inexigibilidade” (argumentando exclusividade da empresa).
Histórico questionável
A mesma empresa já organizou viagens para outros políticos, incluindo o próprio Luan Alves quando era presidente da Amma em 2022. A Lavoro Solutions é uma microempresa de Niterói (RJ) e oferece pacotes similares em Portugal, levantando dúvidas sobre a real necessidade de uma missão internacional.
O que diz a Câmara?
Em nota, a Casa informou apenas que a contratação ainda não foi concluída, mas não explicou:
– Porque o voo será pago à parte, aumentando o custo total;
– Se haverá prestação de contas detalhada à população;
– Se o evento não poderia ser feito de forma virtual ou com delegação menor.
Críticas e falta de transparência
Cabe ainda aos vereadores esclarecerem a efetividade desse tipo de viagem, e se irá reverter resultam em políticas concretas para a capital. Além disso, a ausência de um plano de ação pós-evento faz com que a justificativa de “interesse público” soe frágil.
Enquanto isso, Goiânia ainda enfrenta problemas básicos como lixo acumulado, descarte irregular e atrasos na coleta seletiva. Questões que, em tese, seriam o foco da viagem.