Decisão afeta mercado bilionário e amplia tensão na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo
A China ordenou, nesta terça-feira (15), que suas companhias aéreas suspendam as entregas de aeronaves da Boeing e interrompam novas compras de peças e equipamentos aeronáuticos dos Estados Unidos. A medida é uma resposta direta ao novo pacote das tarifas norte-americanas sobre produtos chineses, que chegou a 145% sob decisão do governo dos EUA.
Em retaliação, Pequim, capital da China, elevou suas próprias tarifas para 125% sob os bens americanos, tornando economicamente inviável a aquisição de aviões e componentes fabricados nos Estados Unidos.
Impacto direto no mercado global
A decisão representa um grande problema para a Boeing, que vê ameaçado seu acesso ao mercado chinês — responsável por cerca de 20% da demanda mundial por aeronaves nas próximas décadas. As ações da empresa chegaram a cair 3% nesta terça-feira (15), acumulando uma perda de 12% no ano.
Além da aviação, a China também anunciou a suspensão da exportação de sete tipos de metais raros e ímãs usados em setores estratégicos como tecnologia, defesa e veículos elétricos, de modo a ampliar os efeitos da tensão comercial sobre a cadeia produtiva global.
A Boeing ainda não comentou oficialmente a decisão do governo chinês. A medida vem em um momento de fragilidade para a fabricante americana, que lida com problemas de qualidade na produção e busca reconquistar a sua confiança no mercado internacional.
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