Com seus 256 municípios, Goiás oferece um cenário político variado e dinâmico. Nas eleições municipais deste ano, essa diversidade ficou evidente. O cenário político surpreendeu ao vermos cidades onde apenas um(a) candidato(a) disputou a prefeitura, enquanto outras protagonizaram verdadeiras batalhas eleitorais, com margens mínimas de diferença entre os votos. O Política e Cotidiano preparou uma análise comparativa entre os extremos das eleições goianas: as cidades com candidaturas únicas e os municípios com as disputas mais acirradas.
Candidatos(as) únicos(as): apoio consolidado vs. falta de oposição
Em cerca de 7% do total de municípios do estado aconteceu um fenômeno interessante: apenas um candidato à prefeitura. Esses municípios, destacam-se por uma aparente estabilidade política ou uma oposição pouco organizada. São eles:
- Água Limpa de Goiás – Candidato único
- Bom Jesus de Goiás – Daniel Júnior (PL)
- Caldazinha – Solange Gouveia (União)
- Damolândia – Rogerim
- Estrela do Norte – Edmar da Cacilda
- Fazenda Nova – Marcus (União)
- Guarani de Goiás – Janezio (MDB)
- Hidrolândia – Zé Délio Junior (União)
- Hidrolina – Elizão (MDB)
- Israelândia – Adelicia Moura (Podemos)
- Ivolândia – Dr. Junior (União)
- Jesúpolis – Adriano Peixoto (PP)
- Matrinchã – Ivânia (União)
- Mossâmedes – Marta Caetano
- Nova Aurora – João Pimenta (MDB)
- Nova Iguaçu de Goiás – Zé do André (PP)
- Palmelo – Renato Damásio (Podemos)
- Perolândia – Grete Elisa (União)
- Portelândia – Marly Rezende (PL)
Cenário político contrastante: estabilidade vs. Competitividade
Em contraste, vários municípios testemunharam uma alta competitividade, com eleições decididas por margens mínimas de votos. Nesses locais, cada voto se tornou crucial, com diferenças de menos de 50 votos determinando o (a) vencedor(a). A presença de partidos tradicionais e maiores como União Brasil (União), Partido Liberal (PL), Progressistas (PP), Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e Podemos foi evidente em ambas as situações de candidaturas únicas e disputas acirradas. No entanto, partidos menores também apareceram em algumas localidades, mostrando a diversidade política no estado.
Ranking das eleições mais acirradas
- Aporé – Leonardo Carvalho (PP) vs. Ivan do Mercado (PRTB)
Diferença: 14 votos - Buritinópolis – Marcilene (União) vs. Jorgino Costa (Republicanos)
Diferença: 30 votos - Cachoeira de Goiás – Maicon Pereira (PSB) vs. Belmiro (MDB)
Diferença: 35 votos - Formoso – Halison do Leilão (União) vs. Melvina do Edmar do Doce
Diferença: 42 votos - Jaupaci – Edvaldo Batista Guimarães (União) vs. Rubinho (MDB)
Diferença: 45 votos - Ceres – Edmaria (União) vs. Rafa Melo
Diferença: 48 votos - Joviânia – Max (Podemos) vs. Renin (União)
Diferença: 55 votos - Morrinhos – Maycllyn Carreiro (PL) vs. Rogério Troncoso (MDB)
Diferença: 60 votos - Indiara – Dr. Conin (PL) vs. Ivair Franco (União)
Diferença: 75 votos - Gameleira de Goiás – Wivviane Duarte vs. Gilberto Galdino
Diferença: 82 votos - Mundo Novo – Marlene Lourenço (União) vs. Helcio Oliveira (PP)
Diferença: 88 votos - Orizona – Felipe Dias (MDB) vs. João Flávio (PL)
Diferença: 90 votos
Quais conclusões podemos tirar?
Primeiro que o cenário eleitoral goiano evidencia que, mesmo em um estado onde a política tem tradições fortes, cada município traz suas particularidades, seja pela estabilidade de candidaturas únicas ou pela competitividade de uma disputa apertada. O que podemos ver é que cidades menores e menos populosas foram as que apresentam mais candidatos únicos, já os municípios maiores e mais influentes tendem a ser palco de disputas acirradas. Essa variação mostra como o cenário político em Goiás pode oscilar entre a estabilidade e a intensa competitividade, refletindo as dinâmicas sociais e políticas locais.