O impacto deste programa será significativo para as comunidades de Goiás, pois promove o fortalecimento da identidade cultural, a preservação do meio ambiente e a valorização dos saberes tradicionais.

Os territórios de comunidadesafrodescendentes do Brasil e da Colômbia serão beneficiados por um programa bilateral que visa apoiar a proteção fundiária, a conservação da biodiversidade e a implementação de sistemas agrícolas tradicionais. A iniciativa, chamada de Quilombo das Américas, será apresentada nesta semana na cidade de Cali, na Colômbia, durante a COP-16, a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, que ocorre de 21 de outubro a 1º de novembro.

A proposta, anunciada por Paula Balduíno, diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos do Ministério da Igualdade Racial, destaca a importância do reconhecimento dos povos afrodescendentes na implementação da convenção da diversidade biológica. Durante uma sessão do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), uma resolução que defende o reconhecimento, a justiça e o desenvolvimento sustentável para comunidades quilombolas no continente foi aprovada por aclamação.

O programa Quilombo das Américas visa fortalecer a identidade, a memória e a luta das comunidades afrodescendentes, promovendo um espaço de articulação e cooperação. Ele também se propõe a garantir o reconhecimento dos direitos dessas comunidades, preservando suas culturas e promovendo a justiça social e racial, segundo o Ministério da Igualdade Racial.

No estado de Goiás, as comunidades quilombolas são representadas por 58 grupos reconhecidos, conforme dados da Fundação Palmares. Entre eles, destacam-se os Kalungas, que formam o maior quilombo em extensão territorial do Brasil, abrigando cerca de 4 mil pessoas em 253 hectares, ao norte da Chapada dos Veadeiros. Estimativas indicam que existem aproximadamente 82 comunidades quilombolas em Goiás, espalhadas por diversos municípios, incluindo Abadia de Goiás, Alto Paraíso, Aparecida de Goiânia, e muitos outros.

O impacto deste programa será significativo para as comunidades de Goiás, pois promove o fortalecimento da identidade cultural, a preservação do meio ambiente e a valorização dos saberes tradicionais. Além disso, ao garantir os direitos fundiários, o programa oferece uma base sólida para o desenvolvimento sustentável, que pode beneficiar não apenas as comunidades quilombolas, mas também toda a população goiana.

O lançamento da iniciativa, que contará com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e da vice-presidente colombiana, Francia Marquez, está previsto para ocorrer nesta segunda-feira (21) em Cali, reforçando o compromisso dos dois países em promover a justiça social e a preservação das identidades afrodescendentes.

Fonte: Agência Brasil; Comunicação Setorial – Seds