Por: Marcos Marinho, especial para Política e Cotidiano.
A disputa pela liderança da direita brasileira entre Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado intensificou-se nas eleições municipais de 2024, especialmente em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Enquanto Bolsonaro endossa candidatos mais alinhados com a extrema direita, Caiado aposta em um conservadorismo tradicional e moderado, visando consolidar seu espaço para uma candidatura presidencial em 2026. Nas eleições de 2024, Caiado obteve sucesso em cerca de 60% dos municípios de Goiás no primeiro turno, reforçando sua posição no cenário político goiano e nacional.
Bolsonaro ainda exerce uma forte influência na direita e extrema direita, mas, inelegível até 2030, vê sua liderança contestada por figuras como Caiado, que buscam representar um eleitorado mais amplo e moderado. A popularidade de Caiado na direita tradicional pode reduzir o alcance do bolsonarismo, com seu estilo político mais moderado ganhando apoio de eleitores conservadores que se distanciaram das abordagens mais polarizadas e radicais de Bolsonaro. Bolsonaro, por sua vez, está focado em consolidar lideranças estaduais que possam manter sua base ativa e apoiar seus aliados até a próxima eleição presidencial .
Outros nomes importantes da direita brasileira, como Romeu Zema (governador de Minas Gerais) e Tarcísio de Freitas (governador de São Paulo), também entram na disputa pela liderança, cada um com uma abordagem particular. Zema, do Partido Novo, tende a alinhar-se com Bolsonaro em pautas econômicas e de segurança, mas também apresenta um viés mais pragmático, o que poderia atrair eleitores do centro-direita. Já Tarcísio de Freitas, próximo de Bolsonaro, está de olho na sucessão presidencial e poderá se beneficiar da rede de apoio bolsonarista, embora também precise adaptar sua imagem para dialogar com uma direita mais ampla. Esses movimentos tornam o futuro da liderança da direita no Brasil uma disputa aberta, com a possibilidade de múltiplas alianças e realinhamentos até 2026.