Por Marcos Marinho, especial para o Política e Cotidiano.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com Fernando Haddad à frente da Fazenda, vive uma tensão constante com o mercado financeiro. Apesar de esforços para restaurar o equilíbrio fiscal e implementar uma reforma tributária progressiva, Haddad enfrenta resistência de setores especulativos. Esses grupos demonstram desconfiança quanto às políticas que priorizam justiça social e taxação dos super-ricos, mesmo diante de indicadores econômicos que apontam para uma recuperação gradual.
Esse cenário é emblemático quando comparado à leniência com que o mercado tratou o ex-ministro Paulo Guedes. Durante o governo Bolsonaro, Guedes obteve apoio quase incondicional, mesmo com o aumento de gastos durante a pandemia e falhas em reformas estruturais. A receptividade às políticas econômicas parece menos influenciada pelos resultados e mais por alinhamentos ideológicos.
Para 2025, o Brasil enfrentará desafios significativos. A consolidação das reformas econômicas será central para reduzir o déficit público e atrair investimentos. No entanto, o embate político deve se intensificar, especialmente com a oposição mirando as eleições de 2026. A capacidade do governo Lula de equilibrar justiça social e crescimento econômico determinará o tom do próximo ano. A resistência do mercado a Haddad reforça a necessidade de diálogo mais estratégico, mas também expõe uma divisão sobre o que deve ser priorizado: ajustes fiscais ou inclusão social.
A batalha não é apenas econômica, mas também política, moldando um Brasil que busca redefinir sua identidade econômica em meio a pressões internas e externas.
O governo Lula, com Fernando Haddad, busca consolidar uma agenda econômica que equilibre inclusão social e sustentabilidade fiscal. No entanto, a resistência do mercado financeiro reflete um ceticismo em relação às reformas progressistas, mesmo diante de indicadores econômicos que mostram recuperação.
Além das tensões econômicas, a eleição à presidência da Câmara e do Senado em 2025 terá impacto significativo. As duas casas do Legislativo são peças-chave para aprovar reformas estruturais, como a tributária e os ajustes fiscais propostos por Haddad. A postura dos futuros líderes definirá o grau de cooperação entre Executivo e Legislativo.
Se figuras alinhadas ao governo assumirem os postos, há maior probabilidade de avanço na agenda econômica de Haddad. No entanto, uma presidência de oposição pode obstruir projetos, aumentando a incerteza política e econômica. O desfecho das eleições será determinante para o equilíbrio entre governabilidade e pressões especulativas.
Com um Legislativo engajado e um mercado menos reativo, 2025 pode ser o ano de consolidação econômica. Porém, sem diálogo político ou flexibilidade das partes envolvidas, o cenário pode aprofundar tensões e comprometer o potencial de crescimento do país.