No segundo turno das eleições municipais de 2024, Goiânia registrou uma abstenção que quase igualou o número de votos recebidos pelo prefeito eleito. Dos 1.030.274 eleitores aptos, 34,20% deixaram de votar, enquanto 65,80% compareceram às urnas, totalizando 636.572 votos válidos. Aproximadamente 352.788 eleitores se abstiveram – um número próximo ao total de votos obtidos pelo candidato Sandro Mabel, eleito com 353.518 votos, equivalente a 55,53% dos válidos. Este índice de abstenção coloca Goiânia em segundo lugar entre as capitais com mais eleitores ausentes, atrás apenas de Porto Alegre.
Além dos votos válidos, a capital goiana registrou 27.080 votos nulos (3,99% do total) e 14.229 votos em branco (2,10%). A abstenção foi maior que a do primeiro turno, quando 28,23% dos eleitores deixaram de comparecer, resultando em 688.010 votos válidos.
Em Aparecida de Goiânia, a abstenção foi ainda mais alta, com 35,25% dos 345.367 eleitores não comparecendo, resultando em 207.906 votos válidos. Já em Anápolis, o prefeito eleito Marcio Correa (PL) recebeu 58,56% dos votos válidos, enquanto Antônio Gomide (PT) obteve 41,44%. No município, a abstenção atingiu 34,24% ( aproximadamente 100.207 eleitores), superando o índice de 28,71% registrado no primeiro turno também superando o numerando o capital e quase se igualando se igualando ao total de votos recebidos pelo candidato eleito Marcio Correa, que venceu com 106.263 votos.
Em todas as principais cidades goianas, a disputa eleitoral foi marcada por debates intensos e polarizados, com trocas de acusações entre os candidatos. Para o professor e analista político Marcos Marinho, “esse índice de abstenção, acima da média nacional de 29%, reflete o descontentamento dos eleitores, influenciado por fatores como a descrença nos candidatos e o feriado prolongado em Goiânia, que coincidiu com o dia da votação e contribuiu para a ausência de muitos eleitores”. Marinho acrescenta que “a desmotivação do eleitorado evidencia um distanciamento crescente entre a população e o processo político”. Ele acredita que um fortalecimento na educação política pode ajudar a reverter essa tendência, reforçando a importância do voto para uma representatividade mais sólida e maior confiança no sistema democrático.
O cenário de alta abstenção em Goiânia acompanha a tendência nacional: dos 34 milhões de eleitores aptos a votar em todo o país no segundo turno, 29,26% não compareceram, um aumento em relação ao primeiro turno, quando 21,71% se abstiveram.