O ano de 2025 será marcado por intensos processos eleitorais na América Latina e Caribe. Ao todo, 14 países da região terão eleições, abrangendo desde disputas presidenciais até escolhas legislativas, regionais e, pela primeira vez, judiciais. Entre os destaques, Chile, Bolívia e Equador escolherão novos presidentes, enquanto Argentina, Venezuela e México terão pleitos específicos que prometem influenciar os cenários políticos locais.
Primeiras eleições do ano: Equador
O Equador será o primeiro a abrir o calendário eleitoral, com o primeiro turno presidencial marcado para 9 de fevereiro. Caso necessário, um segundo turno ocorrerá em 13 de abril. O atual presidente Daniel Noboa busca a reeleição após um mandato tampão de 18 meses. Noboa, alinhado à direita, enfrenta novamente Luisa González, representante da Revolução Cidadã, partido do ex-presidente Rafael Correa, identificado com a centro-esquerda.
Bolívia: cenário político polarizado
Os bolivianos vão às urnas em 17 de agosto para eleger o presidente e renovar o Poder Legislativo. Um eventual segundo turno está previsto para 19 de outubro. A disputa presidencial reflete tensões internas no partido governista Movimento ao Socialismo (MAS), com o atual presidente Luis Arce e o ex-mandatário Evo Morales em rota de colisão pelo controle da legenda. Apesar de enfrentar restrições constitucionais e processos judiciais, Morales tenta se posicionar para uma possível candidatura.
Honduras e Chile: eleições no segundo semestre
Em Honduras, a eleição presidencial ocorrerá em 30 de novembro, precedida por primárias partidárias em março. Xiomara Castro, atual presidente e líder do partido Livre, apoia sua ministra da Defesa, Rixi Moncada, como sucessora. Na oposição, destaque para Ana García, ex-primeira-dama de Juan Orlando Hernández, condenado por narcotráfico.
O Chile também terá eleições em novembro, com o primeiro turno no dia 16 e um possível segundo turno em 14 de dezembro. O atual presidente Gabriel Boric, impedido de concorrer, ainda não anunciou quem apoiará. Entre os favoritos, estão José Antonio Kast, político de extrema-direita, e nomes associados à ex-presidente Michelle Bachelet.
Desafios no Haiti e tensões na Guiana
O Haiti enfrenta um cenário de instabilidade com cerca de 80% da capital Porto Príncipe controlada por gangues. Apesar das dificuldades, o governo provisório tenta viabilizar eleições no final de 2025, com um possível segundo turno no início de 2026.
Na Guiana, os eleitores escolherão presidente e assembleia nacional em dezembro, em meio a disputas territoriais com a Venezuela, que reivindica parte do território guianense.
Outros pleitos na região
A Argentina realizará eleições legislativas em 26 de outubro, renovando parte do Congresso. Será um teste para o presidente Javier Milei, que enfrenta um cenário econômico desafiador. Na Venezuela, haverá eleições parlamentares e regionais, mas as datas ainda não foram definidas.
O México fará história com sua primeira eleição direta para o Poder Judiciário, agendada para junho, enquanto outros países, como Suriname, Uruguai, Jamaica, Belize e Trinidad e Tobago, terão pleitos legislativos ou regionais.
Impactos regionais
Com eleições espalhadas por toda a região, o cenário político na América Latina e Caribe promete profundas transformações em 2025. As disputas refletem desafios comuns, como a busca por estabilidade política, recuperação econômica e enfrentamento de desigualdades.