Soraya Mafra, pedagoga e ex-candidata a vereadora pelo partido Podemos em Anápolis, confirmou em cartório que sua candidatura foi apenas uma formalidade para cumprir a cota de gênero exigida pela legislação eleitoral. Em sua declaração pública, Soraya afirma que “emprestou” seu nome para a chapa partidária, sem intenção de campanha, sendo instruída pelo diretório municipal a simplesmente figurar na lista para atender a cota feminina de 30%.
Ela também detalhou que o partido ofereceu compensações financeiras para cobrir despesas e até cargos para seu marido, mas não houve transparência quanto à prestação de contas, reforçando que a candidatura não tinha objetivos reais de sucesso eleitoral.
A presidente local do Podemos, Raquel Magalhães Antonelli, negou as acusações, mas o caso levanta preocupações sobre a integridade do processo eleitoral e a sub-representação de mulheres na política. A Justiça Eleitoral, sob a nova Súmula 73 do TSE, poderá intensificar a fiscalização sobre essas práticas, possibilitando sanções mais severas contra chapas que utilizem candidaturas fictícias.
Contexto Legal:
A cota de gênero, obrigatória por lei, visa assegurar a representatividade feminina nos cargos públicos. Contudo, a utilização de candidaturas sem campanha real traz implicações legais que podem afetar até mesmo mandatos de políticos eleitos pela chapa fraudulenta.