Marcel van Hattem, Pastor Henrique Vieira e Hugo Motta apresentam suas propostas e visões para o futuro da Casa
A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados acontece neste sábado (1º), e os três candidatos ao cargo – Marcel van Hattem (Novo-RS), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Hugo Motta (Republicanos-PB) – subiram à tribuna para apresentar suas propostas e pedir apoio dos parlamentares. O pleito definirá o presidente da Casa para o biênio 2025-2027, com grande influência sobre a pauta legislativa e a relação com o governo federal.
A votação será secreta, realizada por meio de urnas eletrônicas. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de pelo menos 257 votos. Se nenhum atingir essa marca, haverá um segundo turno entre os dois mais votados.
Marcel van Hattem: oposição ferrenha ao governo Lula
O primeiro a discursar foi Marcel van Hattem, do partido Novo. Com um tom de forte oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele prometeu que, caso eleito, colocará imediatamente em pauta um pedido de impeachment do presidente.
“A primeira pauta que um presidente da Câmara dos Deputados deve colocar em votação, em respeito ao posicionamento de parlamentares que assinaram requerimentos nesta ordem, é o impeachment de Luiz Inácio Lula da Silva”, declarou.
Van Hattem também criticou aumentos de impostos e a possibilidade de regulamentação das redes sociais. Ele afirmou que, sob sua liderança, a Câmara não permitirá a tramitação de projetos que envolvam essas questões. Além disso, defendeu a redução dos gastos públicos e a anistia dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Pastor Henrique Vieira: crítica à concentração de poder no orçamento
O segundo a falar foi o Pastor Henrique Vieira, do PSOL. Em sua fala, ele criticou o modelo atual de distribuição de emendas parlamentares e defendeu maior transparência na gestão do orçamento da União.
“Não somos contra emendas ao orçamento como forma de contribuição complementar. Contudo, a forma como acontece hoje é disfuncional, ineficiente e escandalosa. O orçamento secreto não foi superado, apenas repaginado”, afirmou.
Vieira também destacou pautas sociais, propondo uma nova jornada de trabalho que elimine o modelo 6×1, isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e taxação de grandes fortunas. Além disso, reforçou a necessidade de políticas ambientais, a defesa dos povos indígenas e o combate ao discurso de ódio nas plataformas digitais.
Hugo Motta: equilíbrio e fortalecimento da Câmara
Por fim, o último a discursar foi Hugo Motta, candidato do Republicanos e favorito na disputa por contar com o apoio da maioria dos partidos da Casa. Ele enfatizou a necessidade de garantir autonomia à Câmara e o fortalecimento das prerrogativas parlamentares.
“Queremos uma Câmara forte, com a garantia de nossas prerrogativas e em defesa da nossa imunidade parlamentar. A garantia das prerrogativas parlamentares é essencial para o fortalecimento do povo, pois cada um de nós representa os anseios daqueles que confiaram o voto em nós”, afirmou.
Motta prometeu equilibrar a distribuição das relatorias de projetos, dando mais espaço a parlamentares menos experientes. Ele também agradeceu a líderes políticos que abriram mão da candidatura em seu favor, como Marcos Pereira (Republicanos-SP), Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA).
Além disso, elogiou o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), destacando que sua gestão trouxe “realizações legislativas e transformações reais na vida dos brasileiros”.
Expectativa para a votação
A votação deve se estender ao longo deste sábado, e o resultado pode sair ainda hoje. A escolha do novo presidente da Câmara é um momento crucial para a política nacional, definindo os rumos do Legislativo nos próximos dois anos.