A audiência pública da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia, realizada nesta quarta-feira, abordou as contas da Secretaria de Saúde, sob a gestão de Wilson Pollara, no período de janeiro a agosto de 2024. A vereadora Kátia Maria (PT), presidente da comissão, liderou as perguntas, questionando especialmente a aplicação dos recursos municipais na saúde e as dívidas acumuladas com fornecedores e prestadores de serviços.
Segundo Pollara, o investimento em saúde é de 24% da arrecadação da cidade, equivalente a cerca de R$ 1,5 bilhão, acima do mínimo constitucional de 15%. Ainda assim, parlamentares e representantes de entidades de saúde criticaram a ausência de melhorias visíveis nas unidades de saúde, como a falta de insumos básicos e déficit de funcionários. Kátia Maria ressaltou que, apesar dos altos investimentos declarados, as maternidades de Goiânia enfrentam uma dívida acumulada de R$ 80 milhões, impactando diretamente a continuidade dos serviços.
Além dos questionamentos sobre o uso de recursos, foram destacadas outras falhas, como falta de medicamentos, insumos e profissionais nas unidades de atendimento. Pollara reconheceu as dificuldades e atribuiu os desafios ao alto custo da folha de pagamento e ao atendimento de pacientes de municípios vizinhos, que sobrecarregam as maternidades locais. Ele também sugeriu uma nova reunião para detalhar a aplicação dos recursos, proposta que foi aceita pela vereadora.
A Comissão de Saúde planeja intensificar a fiscalização e encaminhar relatórios ao Ministério Público para que sejam tomadas providências em relação às metas de saúde não cumpridas pela Prefeitura.