A recente iniciativa de Elon Musk, que promete distribuir prêmios milionários a eleitores registrados nos EUA, está gerando críticas e questionamentos sobre a legalidade da prática. À medida que o bilionário intensifica seu apoio a Donald Trump, especialistas sugerem que suas ações podem estar em conflito com as leis eleitorais dos EUA, que proíbem claramente a troca de dinheiro ou qualquer incentivo de valor monetário para influenciar o voto.
Musk, que participou de um comício em Harrisburg, Pensilvânia, no último sábado (19), entregou um cheque de US$ 1 milhão a um membro da plateia, afirmando que seria apenas o primeiro de uma série de prêmios para eleitores em estados decisivos que assinarem uma petição em apoio à liberdade de expressão e ao direito de portar armas. A petição está ligada ao comitê de ação política (PAC) que Musk apoia, levantando ainda mais dúvidas sobre o propósito real dessas doações.
Esses sorteios ocorrem em um contexto eleitoral delicado, onde a oferta de dinheiro diretamente para eleitores levanta sérias preocupações. A legislação federal dos EUA proíbe oferecer qualquer tipo de compensação financeira para influenciar ou recompensar o voto de uma pessoa. De acordo com o manual do Departamento de Justiça, oferecer “qualquer coisa que tenha valor monetário”, incluindo dinheiro ou prêmios, é considerado crime eleitoral.
De acordo com o Financial Times, jornal de Washington, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, sugeriu que as autoridades podem investigar a medida, uma vez que Musk parece estar se aproveitando da proximidade das eleições para promover sua própria agenda política e apoiar o ex-presidente Donald Trump. Além dos sorteios milionários, Musk também ofereceu valores menores, como US$ 100 para eleitores da Pensilvânia que expressassem publicamente apoio à Primeira e Segunda Emendas da Constituição dos EUA, e US$ 47 para eleitores de estados decisivos como Michigan, Arizona e Geórgia.
A questão fundamental em torno dessas ações é se a oferta de dinheiro aos eleitores constitui uma violação das regras eleitorais. A lei é clara: qualquer tentativa de influenciar o voto por meio de incentivos financeiros é ilegal, pois compromete a integridade do processo democrático. Além disso, a natureza dos sorteios e a forma como estão sendo realizados em estados decisivos acende ainda mais o alerta para possíveis manobras políticas disfarçadas de generosidade.
Diante desse cenário, a iniciativa de Musk, ainda que envolta em discursos de liberdade e direitos, pode acabar sendo interpretada como uma tática de compra de votos, o que poderia resultar em investigações e consequências legais. Enquanto isso, o impacto dessas ações nas eleições permanece em debate, com críticos apontando para a necessidade de reforçar as leis eleitorais para evitar tais práticas no futuro.