Donald Trump venceu a eleição presidencial de 2024, garantindo pelo menos 279 votos no Colégio Eleitoral, após triunfar em estados decisivos como Pensilvânia, Geórgia e Wisconsin. A adversária democrata, Kamala Harris, ficou com pelo menos 219 votos. Este resultado marca o retorno de Trump à presidência, um feito histórico considerando as controvérsias e acusações que o acompanharam desde sua saída do cargo em 2020.
A corrida eleitoral foi intensamente marcada por acontecimentos históricos. Trump enfrentou 34 condenações criminais, dois processos de impeachment e duas tentativas de assassinato, além das críticas por sua gestão da pandemia de COVID-19. Também foi impactante a decisão do atual presidente Joe Biden de abandonar a disputa após um debate problemático em junho, onde mostrou dificuldades para articular respostas.
A vitória de Trump reflete o descontentamento dos eleitores com questões como inflação e imigração, temas centrais para os republicanos nesta eleição. Sua reeleição sugere que a insatisfação com o governo Biden pesou mais para os eleitores do que a possibilidade de eleger a primeira mulher presidente. Além disso, o entusiasmo que os democratas demonstraram em 2022 pela causa do aborto parece ter diminuído.
Para Trump, a vitória representa tanto uma vindicação política quanto proteção legal, pois ele pode agora influenciar as investigações criminais em andamento, inclusive sobre o manuseio de documentos confidenciais e a tentativa de reversão dos resultados das eleições de 2020. “Quero agradecer ao povo americano pela extraordinária honra de ser eleito seu 47º presidente e seu 45º presidente”, disse Trump em seu discurso de vitória.
A vitória de Trump também promete trazer mudanças profundas em ambos os partidos. A presença de seu vice-presidente eleito, JD Vance, poderá solidificar o movimento “Make America Great Again” como a força dominante do Partido Republicano nos próximos anos. Já para os democratas, o desafio será analisar por que os eleitores preferiram um candidato com um histórico tão controverso, mesmo tendo ele já sido rejeitado nas urnas anteriormente.
Durante a campanha, Trump não apresentou planos detalhados para um segundo mandato, mas fez declarações sobre saúde, sugerindo ter “conceitos de um plano”. Ele também indicou que poderia tomar medidas mais severas contra adversários políticos e jornalistas, além de potencialmente instalar servidores públicos leais a ele em cargos estratégicos.
O controle republicano no Senado pode facilitar suas políticas, mas o controle da Câmara ainda permanece incerto. Trump sinalizou políticas que podem impactar o comércio, com tarifas altas em algumas importações, e no cenário internacional, sugeriu um apoio reduzido à Ucrânia e políticas de imigração mais rígidas, incluindo deportações em massa. Em economia, prometeu explorar mais recursos energéticos e reduzir impostos sobre aposentados.
Apesar de a campanha republicana ter passado por divisões internas, o apoio a Trump se manteve firme, superando nomes como Ron DeSantis e Nikki Haley, que inicialmente eram cotados como alternativas para liderar o partido. Durante a corrida, as investigações e condenações de Trump não abalaram seu apoio entre os eleitores.
A vitória de Trump em 2024 traz uma nova configuração política e prepara os Estados Unidos para um período de possíveis confrontos tanto internos quanto no cenário global, com o presidente reeleito agora determinado a concretizar sua visão de uma “América Grande” mais uma vez.