*Destaque, Política Ex-candidato à presidência da Venezuela é preso acusado de golpe antes da posse de Maduro

A poucos dias da posse de Nicolás Maduro para mais um mandato presidencial, a Venezuela enfrenta novas tensões políticas com a prisão do ex-candidato Enrique Márquez, líder do partido Centrados. Márquez é acusado pelo governo de planejar um golpe de Estado ao articular uma posse paralela para o opositor Edmundo González, da Plataforma Unitária, em uma embaixada venezuelana no exterior.

A detenção de Márquez foi denunciada por sua esposa, Sonia Lugo de Márquez, que afirmou nas redes sociais que o político foi “sequestrado por grupos paramilitares” na última terça-feira (7). O ministro do Interior, Diosdado Cabello, confirmou a acusação, alegando que Márquez estaria liderando a tentativa de criar um governo paralelo fora do país.

“Não há anjos aqui, menos entre os opositores”, declarou Cabello.

A oposição, no entanto, criticou a articulação de uma posse paralela. Deputados do partido Copei, tradicionalmente oposicionista, declararam ser contrários a qualquer governo interino que deslegitime as instituições venezuelanas.

Repercussão internacional

A prisão de Enrique Márquez gerou críticas fora da Venezuela. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, lamentou a situação e afirmou que não participará da cerimônia de posse de Maduro, citando também a detenção de Carlos Correa, diretor da ONG Espaço Público, que permanece desaparecido.

Apesar das críticas, Petro reforçou que a Colômbia não romperá relações com a Venezuela, mas apelou pelo respeito aos direitos humanos no país vizinho.

Contexto eleitoral

A eleição presidencial de 2024, que confirmou a reeleição de Nicolás Maduro, foi amplamente questionada pela oposição e por parte da comunidade internacional. Alegações de fraude eleitoral, falta de auditorias e ausência de transparência nos resultados alimentaram os protestos que, desde julho de 2024, resultaram em dezenas de mortes e milhares de prisões.

Enquanto o governo Maduro sustenta que as instituições venezuelanas validaram o pleito, opositores e organismos internacionais pedem maior transparência e respeito às normas democráticas. A posse de Maduro está marcada para esta sexta-feira (10), em meio a um cenário de incertezas e protestos convocados por grupos opositores.

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