Temer e Lula também foram pegos pela Operação Lava Jato
O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso nesta sexta-feira (25) após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o cumprimento imediato de sua pena de 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Collor, que governou o Brasil entre 1990 e 1992, é o terceiro ex-presidente a ser preso desde a redemocratização, após Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer também serem pegos pela Operação Lava Jato.
A condenação de Collor está relacionada a um esquema de corrupção envolvendo a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Segundo as investigações, ele teria recebido cerca de R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014, quando exercia o mandato de senador por Alagoas, em troca de favorecimentos em contratos da empresa. Os valores foram ocultados por meio de lavagem de dinheiro, incluindo dezenas de depósitos em contas pessoais e de empresas ligadas a ele.
A ordem de prisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, após a rejeição dos últimos recursos apresentados pela defesa do ex-presidente. Collor se entregou voluntariamente às autoridades em Brasília, por volta das 4h da manhã, conforme informado por seus advogados.
A prisão de Collor não é a única desde a redemocratização em 1985. Além dele, Lula foi preso em 2018 por corrupção e lavagem de dinheiro, tendo sua condenação posteriormente anulada, e Michel Temer chegou a ser detido em 2019, também por acusações de corrupção.
Eleito em 1989 como o primeiro presidente após a ditadura militar, Collor renunciou em 1992 em meio a um processo de impeachment por corrupção. Após recuperar seus direitos políticos, foi eleito senador por Alagoas em 2006, cargo que ocupou até 2023.
Lula preso em 2018
Em abril de 2018, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso após ser condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá, também no âmbito da Lava Jato. Ele cumpriu 580 dias de prisão, em Curitiba, até ser solto em novembro de 2019, após decisão do STF que alterou o entendimento sobre prisão após condenação em segunda instância.
Posteriormente, em 2021, o STF anulou as condenações de Lula, reconhecendo a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar os casos e apontando parcialidade do ex-juiz Sergio Moro. Com isso, Lula recuperou seus direitos políticos e pôde se candidatar à Presidência novamente em 2022, sendo eleito para um terceiro mandato.
Temer preso em 2019
O ex-presidente Michel Temer também foi alvo da Operação Lava Jato e foi preso preventivamente em março de 2019, acusado de liderar um esquema de corrupção que teria movimentado R$ 1,8 bilhão por meio de contratos fraudulentos.
Temer ficou detido por quatro dias, sendo posteriormente solto por decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O processo segue tramitando, e ele ainda responde a outras ações penais.
Foto: Marcelo Carmago/Agência Brasil