*Destaque, Brasil, Política Haddad afirma que ordem é negociar e não retaliar sobre tarifas dos EUA ao aço e alumínio brasileiros

Medida norte-americana, que entrou em vigor nesta quarta-feira (12), impacta exportações do Brasil, um dos principais fornecedores de aço aos EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (12) que o governo brasileiro prioriza a negociação em vez de retaliar as tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações de aço e alumínio do Brasil. A medida, que entrou em vigor hoje, foi confirmada na terça-feira (11) pelo governo norte-americano e afeta diretamente um dos principais mercados para o aço brasileiro.

“O presidente Lula falou ‘muita calma nessa hora’. Já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa”, disse Haddad a jornalistas após reunião com representantes da indústria siderúrgica brasileira. O setor apresentou um relatório com argumentos que, segundo o ministro, demonstram que a taxação não é benéfica nem mesmo para os Estados Unidos.

Haddad destacou que os empresários do setor trouxeram “argumentos muito consistentes” para embasar as negociações, que serão lideradas pelo Ministério do Desenvolvimento, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. O ministro não detalhou as propostas apresentadas, mas afirmou que o relatório servirá como subsídio para as discussões com o governo americano.

“Vamos levar para a consideração do governo americano que há um equívoco de diagnóstico”, disse Haddad, reforçando que os argumentos das siderúrgicas brasileiras são sólidos. Ele também ressaltou que o comércio bilateral entre Brasil e EUA é equilibrado, e que os norte-americanos “só têm a perder” com a medida.

Impacto nas exportações brasileiras

Os Estados Unidos são um dos maiores compradores do aço brasileiro. Dados do Instituto Aço Brasil mostram que, em 2022, os EUA adquiriram 49% do total exportado pelo Brasil. Em 2024, apenas o Canadá superou o Brasil nas vendas de aço para o mercado norte-americano. A taxação de 25% pode, portanto, ter um impacto significativo sobre as siderúrgicas nacionais, embora especialistas consultados pela Agência Brasil acreditem que o reflexo na economia brasileira como um todo seja limitado.

Além das preocupações com as exportações, o setor siderúrgico também alertou para o aumento das importações de aço chinês no mercado brasileiro. Haddad explicou que, enquanto as exportações exigem uma abordagem negociada, as importações demandam medidas mais unilaterais de defesa comercial.

Próximos passos

O Ministério da Fazenda deve preparar uma nota técnica com as propostas apresentadas pela indústria do aço, que será enviada ao vice-presidente Alckmin para orientar as negociações com os EUA. Haddad não descartou a possibilidade de medidas adicionais, mas reforçou que a prioridade é o diálogo.

“O presidente Lula tem sido muito claro: nossa primeira opção é a negociação. Retaliação não é o caminho inicial”, concluiu o ministro, sinalizando que o governo brasileiro busca uma solução diplomática para o impasse.

Enquanto isso, a indústria siderúrgica aguarda os desdobramentos das negociações, que podem definir o futuro das exportações brasileiras de aço e alumínio para um de seus mercados mais importantes.

Com informações da Agência Brasil

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