O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmentiu nesta terça-feira (14) a fake news de que o governo pretende criar uma taxa ambiental para veículos com mais de 20 anos de uso. A notícia falsa, que circulou amplamente nas redes sociais, foi apresentada como uma montagem de uma matéria jornalística e afirmava que a cobrança, equivalente a 1% do valor da Tabela Fipe, seria destinada ao Ibama e à Funai.

“Hoje surgiu uma nova fake news que está circulando com muita força nas redes sobre uma coisa que eu nem sei explicar o que é, mas seria uma taxa ambiental sobre veículos de mais de 20 anos de uso. Eu não sei se vocês viram isso, eles simulam uma reportagem do G1”, declarou Haddad, ao sair para a posse do secretário de Comunicação, Sidônio Palmeira.

O ministro também comentou sobre a recente decisão da Meta, dona do WhatsApp, Facebook e Instagram, de eliminar o serviço de checagem de informações nos Estados Unidos, apontando os impactos para o combate à desinformação global.

“Parece que depois desse alinhamento das big techs com a extrema direita, nós vamos ter, efetivamente, dias difíceis pela frente. E isso consome energia do governo, consome energia do Estado, dos funcionários públicos para combater um tipo de barbaridade que, com esse alinhamento com o fascismo, deve acontecer mais”, afirmou Haddad.

Segundo ele, a disseminação de fake news se agrava com os ataques à imprensa tradicional, fazendo com que muitas pessoas recorram a fontes não confiáveis. “Infelizmente, às vezes as pessoas preferem confiar na fake news do que na própria imprensa. Existem muitas pessoas hoje que falam: ‘não, eu não leio jornal porque eu recebo tudo no zap do tio’. E o zap do tio virou fonte de informação. Mas o fato é que é muito sério e muito desagradável passar por isso uma segunda vez em uma semana”, declarou.

Na semana passada, a Meta removeu um vídeo falso gerado por inteligência artificial que simulava uma entrevista de Haddad defendendo a criação de uma “taxa para cachorrinhos”. “Algumas pessoas não estão levando a sério o que isso pode significar para a democracia ao se colocar na boca de uma pessoa uma frase que ela não proferiu com requinte tecnológico que faz com que muita gente acreditasse naquilo”, alertou o ministro.

Desde o início do ano, a Receita Federal também tem enfrentado uma onda de desinformação, como no caso da falsa taxação do Pix, o que levou o órgão a emitir esclarecimentos sobre a inexistência de impostos relacionados a essa ferramenta.