O governador Ronaldo Caiado sancionou a Lei que institui a Política Estadual de Atenção e Proteção às Mães Atípicas, uma medida que busca dar visibilidade e apoio às mães de crianças com deficiências, síndromes, transtornos e doenças raras. A nova legislação, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 10 de outubro, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) e tem como objetivo conscientizar a população e fortalecer redes de apoio para essas famílias.
A lei estabelece a criação da Semana Estadual das Mães Atípicas, que será realizada anualmente na terceira semana de setembro. Durante o período, serão promovidos eventos, palestras e atividades voltadas para mães, profissionais de saúde, assistentes sociais e educadores, com o intuito de aumentar o conhecimento sobre os desafios enfrentados por essas mulheres e suas famílias.
O secretário da Saúde de Goiás, Rasível Santos, destacou que o governo estadual já está se mobilizando para promover discussões e ampliar o apoio às mães atípicas. “O Estado é sensível aos desafios vividos por essas mães e reconhece a importância de uma rede de apoio forte e integrada”, afirmou, ressaltando que estudos comprovam que essas mulheres têm maior risco de desenvolver problemas de saúde devido ao desgaste físico e emocional.
Impacto na saúde
Segundo o neuropediatra Hélio Vanderlinden, do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), a implementação dessa política chega em um momento importante. Ele lembra que, muitas vezes, o foco dos cuidados é direcionado apenas para a pessoa com deficiência ou transtorno, enquanto as mães, que assumem o papel de cuidadoras, enfrentam uma jornada extremamente desgastante. Vanderlinden cita uma pesquisa realizada na Austrália, entre 1983 e 2005, que revelou que mães atípicas têm um risco significativamente maior de desenvolver doenças graves, como câncer e problemas cardiovasculares.
Rede de apoio em Goiás
Em Goiás, o Crer é a unidade de referência para o atendimento de crianças com transtornos do desenvolvimento, integrando uma rede de Centros Especializados em Reabilitação (CER) espalhados pelo estado. Essa rede oferece atendimento em diversas modalidades, como reabilitação física, intelectual, auditiva e visual.
Além disso, o governo estadual apoia instituições como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), a Associação Pestalozzi e a Vila São Bento Cottolengo, em Trindade, que também prestam serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Outro ponto de suporte essencial é o Centro Estadual de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi), que oferece atendimento especializado para as crianças e acolhimento para suas mães, reforçando a rede de apoio integral às famílias.
Fonte: Agência Cora Coralina