Depoimento de Bolsonaro e outros réus será neste ano
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (3) que o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) seja ouvido pela Polícia Federal em até 15 dias.
A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e busca esclarecer se o parlamentar foi influenciado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro antes do depoimento que prestou em 23 de maio, no processo da tentativa de golpe de Estado.
Na semana passada, o portal Metrópoles revelou que Bolsonaro telefonou para Mourão antes do depoimento. Segundo a reportagem, o ex-presidente teria solicitado que seu ex-vice destacasse a versão de que ele não participou dos atos golpistas.
No depoimento, Mourão afirmou que jamais participou de encontros com Bolsonaro para discutir qualquer decretação de medidas de exceção e que nunca soube ou presenciou reuniões com teor golpista no final do governo passado.
Interrogatórios
Ontem, segunda-feira (2), Moraes marcou para 9 de junho os depoimentos de Bolsonaro e outros sete réus no processo. As oitivas ocorrerão presencialmente na Primeira Turma do STF. O primeiro a depor será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator. Em seguida, Bolsonaro e os demais serão ouvidos em ordem alfabética.
A expectativa é que o julgamento, que pode levar à condenação ou absolvição dos acusados, ocorra ainda no segundo semestre deste ano. Caso condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Os réus enfrentam acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Núcleo central do golpe
Os oito réus integram o chamado núcleo 1 da tentativa de golpe, cuja denúncia foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF no dia 26 de março. São eles:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- General Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e general do Exército;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator.
Com informações da Agência Brasil
Foto: Portal R7
