O desentendimento entre as partes é comum desde o ano de 2023.
Um novo desentendimento entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o governo federal iniciou nesta segunda-feira (21), após a divulgação de um relatório do Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado. Ele aponta a existência, em Goiás, de 163 postos de combustíveis ligados a facções criminosas, deixando o estado atrás somente de São Paulo com 290 estabelecimentos listados – sendo o primeiro do ranking.
Os dados foram divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo no dia 21, organizado pelo Núcleo que é administrador pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.Em fala à Folha, Caiado afirmou que as informações divulgadas são falsas, e além disso, acusou o governo da União de “retaliação” política devido ao seu lançamento como pré-candidato a presidente da República. Já ao Popular, o governador divulgou que esses resultados não foram informados diretamente às entidades estaduais, e nem à Superintendência da Polícia Federal do Estado. Além disso, segundo ele, o Núcleo foi responsável na publicação dos números : “Tem que ter responsabilidade com o que fala. Não pode servir para publicação de fake news, para uma atitude politiqueira rasteira”.
Durante a quarta-feira (23), a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann (PT), publicou um vídeo questionando Caiado, em suas redes sociais: “Por que o governador Caiado não quer que o governo federal investigue as conexões do crime organizado com a distribuição de combustíveis em Goiás, como faz em todos os outros estados?”.
Segurança Pública
Nesse contexto, a briga de Caiado se intensifica, pois além dos dados compartilhados pelo Ministério da Justiça, também foi enviada ao Congresso Nacional a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, a qual o governador goiano é crítico. Se por um lado, o presidente Lula garante autonomia estadual na segurança pública, mesmo com a PEC, Caiado, por sua vez, acredita que é uma medida de concentração de poder nas mãos do Ministério da Justiça.
O político também afirmou que a polícia estadual investigou, em 2024, 26 postos de combustíveis e possíveis relações com facções criminosas, porém, o foco da ação era a sonegação de impostos. Mas, não divulgou dados porque a investigação ainda está em curso.
Fonte: O Popular.
Crédito da imagem: Reprodução/Jornal Opção.