*Destaque, Brasil, Goiás, Política O incerto futuro do bolsonarismo em 2026.

O que será do bolsonarismo sem Bolsonaro e Marçal?

A relação entre Pablo Marçal e Jair Bolsonaro, marcada por momentos de aproximação e ruptura, tornou-se ainda mais relevante diante da possibilidade de ambos se tornarem inelegíveis para as eleições de 2026. A proximidade inicial, com Marçal ecoando parte dos valores bolsonaristas, foi rompida à medida que Marçal criticava alianças políticas de Bolsonaro e construía seu próprio caminho na direita, atraindo uma base jovem e empreendedora. Esses ataques e trocas de provocações, especialmente com Eduardo Bolsonaro, acirraram as disputas dentro do campo conservador.

A possibilidade de inelegibilidade de Bolsonaro e Marçal adiciona uma camada complexa à projeção das eleições de 2026. No caso de Bolsonaro, sua inelegibilidade, já discutida amplamente após suas condenações por ataques às urnas eletrônicas e interferência política, pode criar um vácuo de liderança dentro do bolsonarismo. A ausência de Bolsonaro levaria a uma disputa interna feroz, na qual figuras como Tarcísio de Freitas, Eduardo Bolsonaro, ou mesmo Ricardo Salles poderiam tentar herdar sua base eleitoral. Contudo, nenhum deles tem o mesmo apelo popular que Jair Bolsonaro, o que poderia fragmentar ainda mais o campo da direita.

Se Pablo Marçal também se tornar inelegível, devido a possíveis investigações ou processos em andamento, essa fragmentação se aprofundaria. Ele vinha se posicionando como uma nova força na extrema-direita, desafiando diretamente a liderança bolsonarista. Sua ausência poderia deixar seus seguidores, especialmente aqueles voltados ao empreendedorismo e à ala mais jovem da direita, órfãos de uma liderança clara, e sem um nome de peso para competir com outros candidatos do campo conservador.

Caso ambos sejam impedidos de concorrer, a extrema-direita pode enfrentar sérias dificuldades em encontrar um candidato que una tanto a ala bolsonarista mais tradicional quanto os seguidores mais recentes atraídos por figuras como Marçal. Essa divisão pode beneficiar candidatos mais moderados da direita, como Tarcísio de Freitas, ou até abrir espaço para a ascensão de uma nova liderança, ainda desconhecida, que possa atrair esse eleitorado fragmentado.

Em um cenário sem Bolsonaro e Marçal, o eleitorado de direita poderia, paradoxalmente, buscar uma volta a figuras do centro-direita, ou, caso frustrado com a perda de suas lideranças, favorecer candidaturas do campo populista. A ausência desses dois nomes importantes também impactaria diretamente a votação para o Senado, já que Eduardo Bolsonaro e outros aliados de Jair Bolsonaro contavam com o apoio direto de seu líder para consolidar suas campanhas .

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