Em um marco histórico, o Papa Francisco anunciou nesta segunda-feira (6) a nomeação da irmã Simona Brambilla, de 59 anos, como líder do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, que supervisiona ordens religiosas católicas ao redor do mundo.
A irmã Brambilla assume o posto anteriormente ocupado pelo cardeal brasileiro João Braz de Aviz, que liderava o escritório desde 2011. Essa é a primeira vez que uma mulher comandará um dos escritórios da Santa Sé, representando um avanço significativo para a inclusão feminina nos altos cargos da Igreja.
Mais espaço para as mulheres na Igreja Católica
O Papa Francisco tem sido um defensor de maior participação feminina nos assuntos do Vaticano ao longo de seus 11 anos de papado, elevando mulheres a cargos de liderança. Além disso, ele tomou uma decisão histórica ao conceder o direito de voto às mulheres no Sínodo dos Bispos.
O Sínodo, onde membros da Igreja discutem e votam questões ideológicas e administrativas, acontecerá em outubro. Com a mudança, religiosas e outras 35 mulheres leigas participaram como representantes votantes, juntamente com padres e outros homens não bispos.
Essa iniciativa reflete a visão do Papa de que fiéis leigos, incluindo mulheres, tenham maior protagonismo nas decisões da Igreja, tradicionalmente reservadas ao clero masculino.
Avanços e limitações
Apesar das medidas inclusivas, o Papa Francisco ainda defende a posição da Igreja Católica de que o sacerdócio seja reservado aos homens, com base na escolha de Jesus de apóstolos do sexo masculino.
No entanto, o pontífice tem reiterado sua posição em favor da igualdade de gênero em outros âmbitos. Em discursos recentes, ele condenou a disparidade salarial e a violência contra as mulheres, criticando a cultura patriarcal que perpetua essas injustiças.
“As coisas melhoram com mulheres no comando”
Francisco, que tem promovido várias mulheres para cargos administrativos no Vaticano, afirmou no ano passado que “toda vez que uma mulher recebe um cargo de responsabilidade no Vaticano, as coisas melhoram”.
Essa nova nomeação, junto com a concessão do voto no Sínodo, reforça a intenção do Papa de abrir espaço para um papel mais ativo das mulheres na Igreja, enquanto enfrenta as tensões entre tradição e modernidade dentro da instituição.