Por Marcos Marinho, especial para o Política e Cotidiano.
Acompanho a política brasileira e de boa parte do mundo diariamente já há décadas e reconheço que a inconstância, os conflitos e as disputas por poder sempre foram comuns nessa seara. E sempre esteve tudo bem com isso.
Porém, de algum tempo para cá, o espaço político foi intoxicado por ideias e devaneios que turvaram as águas da democracia, que, ainda que se agitassem vez ou outra, banhavam nossa pátria amada.
Fomentado por um tipo de populismo calcado na violência, na ruptura com o sistema, na negação do outro, do diferente, das possibilidades divergentes, o agir político para uma franja da sociedade se transformou em agressão, depredação, escracho, ataques pessoais, virtuais e físicos, que ocasionaram mortes.
A violência dos discursos de lideranças políticas passou a servir de aval para a atuação canalha, radical e mortífera de seus insanos seguidores. Pessoas que, até então, nunca haviam sido violentas ou agressivas com seus pares passaram a desferir todo tipo de golpe contra seus alvos ideológicos, nas ruas e nas redes sociais.
A Política, com “P” maiúsculo, não é o espaço da insanidade, mas do equilíbrio. Ainda que sempre tensionado por várias partes, sempre foi o ambiente da confluência discursiva em prol do saneamento de demandas comuns.
Nossa pátria vem avançando em seus processos políticos a uma velocidade oscilante, mas contínua, desde que entramos na República, data que comemoraremos amanhã. Portanto, não podemos normalizar essa insanidade radical que toma as mentes de pessoas que acabam se transformando em ponta de chicote de líderes mal-intencionados, gurus do ódio e do caos, extremistas capazes de cometer todas as atrocidades pelo seu naco de poder.
Assim como o 8 de janeiro de 2023, o 13 de novembro de 2024 deve entrar para a história como mais um dia triste, em que a democracia que governa nossa pátria amada sofreu ataques graves, instigados por discursos que precisam ser execrados e banidos da política nacional. E aqui me refiro não somente aos atos em si, mas principalmente ao simbolismo dessas ações e como podem ecoar entre os insanos que se dizem patriotas.