Treze estudantes da comunidade quilombola Nossa Senhora Aparecida, em Cromínia (GO), foram aprovados em universidades públicas e privadas após participarem do Projeto Democratiza Enem – Edição Afroletramento. A iniciativa, idealizada pela vereadora Aava Santiago (PSDB), ofereceu aulas gratuitas com um método lúdico-afetivo, além de suporte para permanência acadêmica, contribuindo para a ampliação das oportunidades educacionais para essa população.
Os estudantes foram aprovados em instituições como a Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Instituto Federal Goiano e universidades particulares. As aulas abordaram literatura, língua portuguesa e redação, com ênfase na valorização da identidade quilombola, promovendo a conexão entre os conteúdos do Enem e a história e cultura afro-brasileira.
A metodologia utilizada foi desenvolvida pela pesquisadora Poliana Queiroz, que coordenou a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Goiânia em 2023. Professores voluntários participaram do projeto, auxiliando os alunos durante a preparação para o exame. Além do ensino, a iniciativa também garantiu apoio logístico para transporte, alimentação e custos de permanência, a fim de evitar a evasão universitária.
Para Aava Santiago, idealizadora do projeto, a aprovação dos estudantes reforça a importância de iniciativas voltadas à inclusão educacional. “Mais do que aprovações, o Democratiza Enem – Edição Afroletramento fortalece a identidade quilombola e abre caminhos para um futuro com mais oportunidades”, afirmou.
A coordenadora pedagógica do projeto no Quilombo Nossa Senhora Aparecida, Wilsara Alves de Souza, destacou o impacto positivo da iniciativa na comunidade. “A metodologia permitiu que os estudantes compreendessem de maneira inovadora a importância da história e cultura quilombola. Isso refletiu na segurança ao escreverem sobre esses temas no Enem, contribuindo para os bons resultados alcançados”, ressaltou.
O Brasil conta com cerca de 2.035 vagas destinadas a quilombolas em universidades públicas, o que representa aproximadamente 0,52% do total. Como não há uma legislação nacional que obrigue a reserva de vagas, cada instituição define suas próprias regras de inclusão para essa população.
Desde 2020, o Projeto Democratiza Enem tem sido uma ferramenta para estudantes de baixa renda que desejam ingressar no ensino superior. A continuidade da Edição Afroletramento busca ampliar esse alcance, garantindo que mais jovens quilombolas tenham acesso a oportunidades acadêmicas e profissionais.